Lizia Pinto, vice-presidente da Sigma Lithium, apresentou as perspectivas do mercado de lítio e mostrou como a empresa posiciona o Brasil como líder no setor. A Sigma é hoje o quarto maior produtor de lítio do mundo (é o sexto maior, quando a lista inclui a extração de salinas), com 270 mil toneladas/ano de concentrado de lítio para baterias. Atingirá 520 mil toneladas/ano em 2025 à medida que expande suas operações integradas de mineração e processamento. No próximo ano a capacidade chegará a 770 mil toneladas por ano, e o processamento continuará, entrando na cadeia química, o que agrega ainda mais valor ao produto.
A expansão tornará a empresa ainda mais competitiva, pois o aumento da produção diluirá os custos operacionais, que já são baixos na Sigma, explicou o executivo. Lizia mostrou aos parlamentares, empresas e técnicos do governo participantes do debate comparativos com outras empresas que destacaram sua vantagem devido ao modelo de gestão da Sigma. “Os custos da Sigma são baixos, o que mostra a sua viabilidade mesmo quando os preços do lítio caíram 85% no mercado. Somos muito responsáveis financeiramente, conseguimos atuar de forma única no mercado nessas circunstâncias e vivenciamos reduções de preços visando atingir ainda mais escala. Com a expansão, os custos diminuem. Além disso, estaremos duplicando empregos, o que é muito desejável e importante para o Vale do Jekitinhonha”, afirmou.
Neste mercado altamente competitivo, Lizia destacou ainda que o diferencial da Sigma é o seu método de fabricação, que utiliza as melhores práticas ESG, não utiliza produtos químicos nocivos, água potável ou energia suja, é zero carbono e não possui barragens de rejeitos. “Este é um produto relevante e poderoso, de uma empresa muito brasileira”, afirmou. “Não somos mais um país que se oferece para vender minério bruto. Somos exportadores de produtos tecnológicos verdes. É o que nos torna únicos”, afirma.
O Ibrom encomendou ao Centro de Tecnologia Mineral (CATEM) a realização de um estudo para apoiar o desenvolvimento de políticas para minerais complexos e estratégicos. A pesquisadora Lucia Helena Xavier, coautora do livro, apresentou os resultados no seminário. Traz propostas para que o Estado brasileiro possa moldar essa política independentemente do governo. Num momento em que o mundo discute a transição para uma economia de baixo carbono, ter um plano estratégico e uma política para este setor de mineração é crucial para que o Brasil alcance sua meta de carbono zero até 2050.