Quais são os direitos de nomenclatura dos estádios de futebol?

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Quais são os direitos de nomenclatura dos estádios de futebol? Foto: Herr Bohn/Unsplash Embora já ouçamos esse nome no Brasil há pelo menos 10 anos, nem todos os torcedores estão familiarizados com os direitos do nome do estádio. Um naming right refere-se a um contrato que permite à marca nomear a propriedade por um determinado período de tempo.

Nos estádios de futebol, os naming rights geralmente envolvem contratos de longo prazo, muitas vezes com duração de 10 a 20 anos, com valores que podem chegar a centenas de milhões de reais, dependendo da reputação e visibilidade do clube e do estádio. A “promoção” é o objetivo principal deste tipo de contrato.

Atualmente, o Brasil tem o direito de nomear seis estádios em 2024. São fibras de internet, uma construtora, um site de vendas online, uma empresa farmacêutica, uma seguradora e até uma famosa marca de chocolate.

O São Paulo foi o último clube a adotar essa tendência. O Tricolor deu o nome do estádio à Mondelez por três anos, divulgando o nome mais criativo do Brasil até hoje: MorumBIS.

Benefícios da venda de naming rights A venda de nomes de estádios pode trazer inúmeros benefícios financeiros para os clubes de futebol, que podem ser usados ​​para melhorar as instalações do próprio estádio, contratar novos jogadores, investir em times juvenis e até mesmo equilibrar as finanças do clube.

Em 2004, o Arsenal chegou a um acordo de naming rights com a companhia aérea dos Emirados Árabes Unidos, que resultou na renomeação do estádio para Emirates Stadium.

O contrato, avaliado em cerca de 100 milhões de euros, deu ao Arsenal recursos financeiros significativos para permanecer na Premier League.

O principal benefício para as empresas que realizam os direitos de nomenclatura dos estádios é a visibilidade. Nos meios de comunicação de massa, especialmente em programas de televisão, anúncios e notícias, o nome da empresa é visto por milhões de fãs em todo o mundo.

Além disso, a empresa pode organizar eventos corporativos e promoções no estádio, estreitar o relacionamento com clientes e parceiros e utilizar o local para campanhas de marketing e engajamento do consumidor.

Apesar das vantagens óbvias, a prática de venda de naming rights também enfrenta desafios e objeções. Mudar o nome de um estádio icônico e tradicional, por exemplo para esportes eletrônicos, não é incomum entre os torcedores que preferem nomes históricos.

Além disso, associar uma marca a um clube pode ser arriscado. A inconsistência ou o envolvimento em polêmicas podem afetar a percepção pública da marca.

Exemplos notáveis ​​são a Allianz Arena (Alemanha) e o Allianz Parque (Brasil). Inaugurada em 2005, a Allianz Arena é a casa do Bayern de Munique, um dos clubes de maior sucesso da Europa. A seguradora alemã Allianz assumiu os direitos do nome do estádio do Bayern durante 30 anos, mas no ano passado renovou o acordo por mais 10 anos, a um custo de 130 milhões de euros.

A empresa encontrou uma forma de nomear os estádios e hoje são oito arenas ao redor do mundo. Um deles é o Alliance Park, sede do Palmeiras na capital paulista.

A Arena Palestra Italia foi inaugurada em 2014 após uma reforma de três anos. A empresa ainda realizou uma enquete entre os fãs para saber qual nome seria sua escolha oficial. Foi escolhido “Parque”, em referência ao antigo Parque Antártida.

O Allianz Parque é considerado um grande caso de sucesso em naming rights no Brasil. Antes da abertura da arena de contratos e pesquisas, o nome rapidamente se tornou popular. A torcida alviverde chegou a reclamar que as transmissões de TV da época não faziam referência ao estádio pelo nome oficial.

O Etihad Stadium Outro exemplo de sucesso é o Etihad Stadium, casa do Manchester City. Em 2011, o clube assinou um acordo de naming rights com a Etihad Airways, que incluía não apenas o nome do estádio, mas também direitos de patrocínio de camisas e outras propriedades do clube.

O acordo, no valor de cerca de £ 400 milhões (cerca de US$ 1 bilhão na época), foi um dos maiores contratos de naming rights do futebol.

O Wanda Metropolitano Atlético de Madrid “quebrou a ponte” num país onde ainda sobrevivem os nomes tradicionais de estádios como Camp Nou e Santiago Bernabeu. Wanda Metropolitano foi inaugurada em 2017 substituindo Vicente Calderón.

Esta nova casa é um dos estádios mais modernos da Europa, com capacidade para cerca de 68 mil espectadores. O Grupo Wanda é uma multinacional chinesa do setor imobiliário e de entretenimento. Ele entendeu quais eram os naming rights do estádio e como seria interessante para a empresa estar no coração da Espanha.