Fábrica de cola neandertal: arqueólogos descobrem forno de 65 mil anos

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Fábrica de cola neandertal: arqueólogos descobrem forno de 65 mil anos Arqueólogos descobriram uma “Fábrica Neandertal” de 65.000 anos. De acordo com um novo estudo publicado em novembro pela revista Quaternary Science Reviews, os neandertais podem ter desenvolvido uma espécie de forno para produzir cola.

Ferramentas pegajosas foram derivadas do alcatrão e teriam ajudado os Neandertais a fabricar armas e outras ferramentas.

Esta planta existe há 20.000 anos antes mesmo dos humanos modernos (Homo sapiens) pisarem na área.

Através de técnicas bem concebidas, os Neandertais também foram capazes de controlar o fogo e gerir a temperatura do fogo para criar a sua arte.

Os pesquisadores construíram e mediram réplicas do fogo e, após cerca de quatro horas de trabalho, tiveram resina suficiente para unir duas lanças à lança (Crédito da imagem: Juan Ochando et al. Quaternary Science Review; CC-by-4.0) Antigo Neandertal cola era já sabido pelos arqueólogos que os neandertais faziam cola usando materiais como resina, bem como a própria concha e outros materiais ligados ao ocre (um mineral vermelho frequentemente usado na arte rupestre).

Esta cola é usada para conectar pedras ou juntas a cabos de madeira.

As descobertas recentes, no entanto, são fascinantes porque mostram que, mesmo nos tempos antigos, os Neandertais eram altamente qualificados e tinham engenharia e industrialização avançadas.

A pele do Neandertal parece simples à primeira vista, mas os pesquisadores dizem que, quando analisada detalhadamente, é obra de engenharia completa.

A forma ao redor do poço é redonda, com cerca de 22 centímetros de largura e 3,5 centímetros de altura.

“A estrutura revelou uma forma desconhecida como os Neandertais manejavam e usavam o fogo”, escreveram os pesquisadores no estudo. A parede vertical foi deliberadamente cortada, em plena forma, e é acompanhada por duas passagens escavadas.

Cada um desses canais tinha 2,5 polegadas de comprimento e se estendia para norte e sul em direção ao poço.

Durante a queima, os arqueólogos descobriram vestígios de carvão e de esteva parcialmente queimada (planta com flores grandes e brancas).

Além disso, também foram vistas árvores de cristais de resina e galhos finos de arbustos locais.

Para a análise, os arqueólogos coletaram amostras das paredes e do piso da fornalha e usaram espectrometria de massa por cromatografia gasosa – técnica que identifica certos produtos químicos na forma de materiais.

Além dos componentes mencionados acima, também existem vestígios de uréia e zinco do guano (de pássaros ou conchas), produtos químicos relacionados à combustão e resíduos de cera de folhas de plantas.

Construção da fábrica de cola dos Neandertais Para fazer essas “fábricas de cola”, os pesquisadores sugerem que os Neandertais podem ter enchido um poço com folhas de esteva, que, quando aquecidas, produziam uma cor escura e marrom. 

Para conseguir a “cola” da maneira certa, os neandertais cobriram o poço com uma linha de areia úmida e terra que pode ter sido misturada com guano (material proveniente do acúmulo de sujeira e pássaros e folhas mortas), algo que ajudaria a selar o interior do poço e controlar a quantidade de oxigênio que entra no forno.

Em seguida, fazia-se uma pequena fogueira acima do poço com galhos finos, para que a esteva abaixo pudesse ser aquecida.

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Os ramos leves, por exemplo, não foram escolhidos “acidentalmente”. Isso ocorre porque os galhos finos permitem controlar melhor o calor do fogo.

A temperatura também teve que ser controlada, pois as folhas da esteva tiveram que ser aquecidas a 150 graus Celsius para criar um resíduo sólido – caso contrário, a cola queimaria em vez da água.